A histórica Casa da família Esteves Pinto Rebordão, na aldeia do Açor, concelho do Fundão, vai ser requalificada para um espaço que visa valorizar o património local e atrair visitantes à região. A declaração de intenção para avançar com o projeto foi assinada este sábado, durante a “Mostra de Artes e Sabores da Maúnça”, entre a associação de Pastores do Açor e o município do Fundão.
Foi através da doação da casa de família Esteves Pinto Rebordão à Associação dos Pastores do Açor que se deu o ponto de partida para o projeto de reabilitação, explica Marta Leitão, presidente da coletividade.
A casa da família Esteves Pinto Rabordão foi doada à Associação “Os Pastores do Açor”, para dar início a um projeto de reabilitação daquele património.
A presidente da coletividade, explica que a casa ainda não está em nome da associação cultural e recreativa e por isso, este sábado, foi assinada apenas “uma declaração de intenção” onde a Câmara Municipal do Fundão se compromete a projetar a reabilitação do espaço, que servirá para guardar memórias do território, da Maúnça, da aldeia, mas não só.
O presidente da Câmara do Fundão explica que a intenção é procurar ter uma mistura “entre aquilo que é uma casa da cultura, da comunidade – onde haverá um espaço dedicado a Diamantino Gonçalves, enquanto espaço de exposições temporárias – e também outros espaços que sejam de uso da comunidade, pensados para aquilo que possam ser passagens mais temporárias pelo Açor, seja de um alojamento mais temporário, seja quem sabe também de nómadas digitais, co-workings”.
Por outro lado, existe uma vertente “talvez orientada para o turismo, uma oferta de alojamento turístico”, que Paulo Fernandes considera “fazer muito sentido neste enquadramento da paisagem entre a Serra da Maúnça e a Serra da Gardunha”.
O edil sublinha que este é um programa para desenvolver ao longo dos próximos anos, com o compromisso de o município criar todos os projetos ao nível da arquitetura, e de identificar os mecanismos de apoio para a reabilitação do património. A intenção assinada este sábado foi só o primeiro passo.
“O segundo passo será, depois de termos os projetos e o programa que pretendemos fazer bem definidos, será protocolar como é que vai ser a recuperação. Se, consoante também o programa, pode haver até aqui, um edifício repartido em duas facetas, uma mais pública e a outra mais de alojamento turístico. Com isso, será feito um segundo protocolo para já, na perspetiva dos meios, dos projetos e das candidaturas, para que este edifício possa ser devolvido na plenitude, ao usufruto de todos”, referiu o autarca, em declarações à RCB.
Paulo Fernandes anunciou ainda a intenção de “antes do final do último mandato”, fazer o acordo para que um conjunto de castanheiros centenários existentes na serra da Maúnça, e que também pertencem à família Esteves Pinto Rebordão, “passem de forma definitiva para a gestão coletiva, para a gestão pública, se possível” para que estes sejam preservados e possam também ser um espaço de visitação e fruição de todos.