Os fundanenses “são muito benévolos”, disse à RCB o assistente técnico responsável pela sessão de colheita. Segundo Tiago Delgado, “em média, 40 a 45 pessoas doam sangue nestas sessões de colheita.”
Sónia Garcia é uma dessas dadoras benévolas. Há 10 anos que dá sangue com base na premissa “hoje precisa alguém, amanhã posso precisar eu, temos de ter sempre a capacidade de nos colocarmos no lugar dos outros”. E para aqueles que têm receios, desdramatiza, “não custa nada, eu que tenho fobia a agulhas, não custa nada”.
Fábio Marques tem 33 anos, começou a dar sangue aos 18 e hoje fez a sua trigésima terceira dádiva “não custa nada, perde-se meia hora, não sabemos quem estamos a ajudar, mas sabemos que estamos a ajudar.”
Além disso, os dadores de sangue mantêm alguma vigilância, ao nível da saúde, “nos testes básicos sim, recebemos sempre uma mensagem com esse relatório, o que para nós também é bom que não temos de ir tanta vez ao médico fazer análises.”
À RCB, o médico Pedro Salgado, explica o tipo de triagem que é feita antes de cada dádiva, para além do historial clínico, “saber as viagens, porque por vezes fazem-se viagens para locais onde há doenças endémicas e têm de se despistar, depois mede-se a tensão arterial e conferimos o valor da hemoglobina que é um valor essencial para as transfusões de sangue e, essencialmente, é isto.”
Um pequeno check-up que pode despistar desde logo a hipertensão e a anemia. Já nas análises feitas ao sangue “são despistadas várias doenças infeciosas.”
Além de ajudar os outros e vigiar alguns parâmetros da saúde, os dadores que dão sangue duas vezes por ano, estão isentos do pagamento de taxas moderadoras nos hospitais e centros de saúde.
Quanto aos requisitos que têm de preencher, os dadores têm de ter no mínimo 18 anos e no máximo 65, sendo que a primeira dádiva deve ser feita até aos 60 anos. Os homens podem dar sangue de três em três meses e as mulheres de quatro em quatro.