O Café Pelourinho, no Fundão, nunca esteve tão cheio como este sábado, 22 de março. No ano em que Diamantino Gonçalves completaria 71 anos, dezenas de amigos celebraram a sua memória, através de música e palavras, com a apresentação do livro “Gardunha – Palavras e Olhares”, uma ode de Isaura Reis à fotografia do homem que melhor soube captar a serra e as suas gentes.
“Pela obra que deixou, pela postura que teve, pela dádiva que fez ao concelho e, sobretudo, pela sua sensibilidade”, recordou Isaura Reis. “Nós, que somos seus amigos e seus camaradas, não o perdemos porque a sua memória está guardada connosco, e temos que usar todos os momentos para essa revisitação. Honrá-lo, porque ele também nos honrou com a sua amizade em vida.”
A escolha do espaço não foi ao acaso. “Era aqui que ele hoje, de certeza absoluta, nos pagava um copo”, disse a autora, sublinhando que esta foi uma homenagem simples, mas carregada de significado. “Cada momento é sempre único, apesar de singelo.”
O livro, que Isaura Reis descreve como “um hino à fotografia do Diamantino”, dá protagonismo à imagem. “As minhas palavras são apenas ligeiras descrições que podem acrescentar um ou outro pormenor, porque a força do livro está na fotografia do Diamantino”, explicou.
Mais do que um registo pessoal, a obra é uma forma de dar a conhecer o trabalho do fotógrafo: “As coisas não têm que ficar na gaveta, também têm que sair cá para fora, e todas as oportunidades são boas para divulgar o seu trabalho.”
Disponível por contacto direto, Gardunha – Palavras e Olhares é mais do que um livro – é um gesto de amizade e partilha. Porque Diamantino continua presente, nas suas fotografias e na memória de quem com ele brindou à vida.