José Tolentino de Mendonça é o vencedor do Prémio Eduardo Lourenço 2025, atribuído pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI). A decisão foi tomada por unanimidade pelo júri da 21.ª edição do galardão, que se reuniu na passada quinta-feira, na Guarda.
O prémio reconhece a obra do poeta, humanista e intelectual madeirense, atualmente Prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, no Vaticano. A distinção destaca o “pensador ecuménico e do diálogo” que, segundo o júri, “com a sua obra, nos ensina que a fronteira é um mistério de encontro”.
A atribuição do prémio surge no ano em que o CEI celebra o seu 25º aniversário, e pretende valorizar “a Educação e a Palavra como fontes de inspiração para fortalecer laços que cruzam todas as fronteiras e dos quais o diálogo ibérico tem sido exemplo”.
José Tolentino de Mendonça nasceu na Madeira, é sacerdote, poeta e professor. Estudou Ciências Bíblicas em Roma e vive no Vaticano desde 2018, onde foi responsável pela Biblioteca Apostólica e pelo Arquivo Secreto do Vaticano. Foi elevado a cardeal em 2019 pelo Papa Francisco. Entre os muitos prémios literários que já recebeu, contam-se o Prémio Pessoa (2023), ou o Prémio D. Diniz (2022).
Dotado de um valor pecuniário de 7 mil 500 euros, o Prémio Eduardo Lourenço distingue anualmente personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cultura, cidadania e cooperação ibéricas. O júri desta edição foi composto por representantes das universidades de Coimbra e Salamanca, da Câmara Municipal da Guarda, e por diversas personalidades académicas dos dois países.
Recorde-se que, com este prémio, já foram galardoados nomes como Maria João Pires, Mia Couto, Agustina Bessa-Luís, ou mesmo Lídia Jorge.