Os trabalhadores das Minas da Panasqueira, esta quinta-feira, 28 de março, entregaram mais um pré-aviso de greve até 28 de abril e a empresa ameaça entrar em lay-off se essa intenção não recuar.
A informação foi avançada pelo Jornal de Notícias, que citou o administrador da Beral Tin and Wolfram em declarações à Lusa. António Corrêa de Sá diz que retira toda a proposta de aumentar o salário dos trabalhadores em 6% e inicia o processo de lay-off se a greve não for desconvocada “até segunda-feira de manhã”.
Com os trabalhadores em greve desde dia 14, a empresa deixa de ter condições para “cumprir os compromissos”, justifica o administrador, apontando que deixaram mesmo de cumprir os seus contratos e “sem vendas, não há dinheiro”.
António Corrêa de Sá afirma ainda que tem “esperança” de que os trabalhadores “levantem o pré-aviso de greve e aceitem uma posição razoável de aumento de 6%”, como foi proposto pela Beralt.
Também citado pelo Jornal de Notícias, o representante sindical dos Trabalhadores da Indústria Mineira informa que os trabalhadores estão “disponíveis para fechar acordo” com 100 euros de aumento, mas, “desde a entrega do segundo pré-aviso de greve”, a Beralt Tin apenas propôs um aumento de um euro no subsídio de alimentação, além dos 6% no salário. Insuficiente e “muito baixo” do reivindicado, aponta Mário Matos.
O representante diz ainda que a empresa “a qualquer momento, tem todas as possibilidades de resolver a situação, assim tenha vontade de apresentar propostas que os trabalhadores possam considerar”, não aceitando a justificação de incapacidade financeira para praticar os aumentos pedidos, já que foram anunciados “investimentos de 150 milhões”.
António Corrêa de Sá responde, “o grupo pode investir para abrir novas minas, que é o que está a acontecer na Coreia do Sul. Outra coisa é ter dinheiro para manter a operação no minimamente existente”.